Sunday 21 February 2010

Aula 3 - Características da Comunicação Digital (Turma 2)

Como forma de se perceber o que hoje ocorre na forma consumimos os novos media, bem como os conteúdos das aulas posteriores, a professora Patrícia Dias apresentou-nos as características da Comunicação Digital, de acordo com a visão de quatro investigadores e vários conceitos-chave. Temos, no entanto, que ter em consideração que, uma vez que os meios digitais são distintos dos analógicos, estes medeiam os seus conteúdos de forma distinta, ganhando diferentes formatos. Os investigadores mencionados preocupam-se em referir a forma como utilizamos e percepcionamos os novos media, bem como os seus efeitos sobre os indivíduos e a sociedade.
Jay David Bolter e Richard Grusin, inspirados nos conceitos de Marshall McLuhan, de aldeia global e de o meio é a mensagem (de acordo com a tecnologia utilizada, assim o tipo de mensagem que é transmitida, e uma tecnologia torna-se conteúdo de uma outra), propõe que a mediação tecnológica encontra-se hoje entre dois extremos, o imediatismo (a nova tecnologia medeia o mais próximo possível da realidade, sendo mais evidente) e o hipermediatismo (estímula mais os sentidos, fazendo esquecer que está a ocorrer uma mediação). Criam a também o conceito de remediação, na qual os meios interagem, podendo os mais antigos remediar os mais recentes (ex.: Youtube nos telejornais). Para o entendimento deste conceito tem que se ter em consideração que os vários media são interdependentes e interagem, e que a mediação e a realidade são inseparáveis, uma vez que os nossos sentidos e cultura são uma mediação.
Grusin propõe ainda que hoje assistimos a uma premediação, isto é, uma vez que a nossa realidade está sempre a ser mediada, acabamos por muitas vezes saber o que vai acontecer, especulando-se.
Lev Manovich, procura as características da tecnologia que procuramos quando pretendemos utilizá-las: representação numérica (zeros e uns), modularidade (ficheiros em pacotes), automatação (seamless, modificação automática da tecnologia), variabilidade (várias cópias ou formatos do mesmo), e transcoding (formatos convertíveis em outros formatos, permitindo alterações. Aponta para o facto de termos ganho uma percepção cinemática, isto é, a tendência de percepcionar a nossa realidade em imagem e movimento, bem como possuirmos um entendimento mais individualizado e fragmentado, sem uma narrativa lógica.
Na aula, a professora mencionou ainda o investigador Henry Jenkins, defensor do conceito de convergência, mais fortemente patente ao nível dos conteúdos (social e cultural), com alterações na forma como consumimos (assistimos a uma presença dos mesmos conteúdos nos mais diversos meios). A este fenómeno Jenkins dá o nome de falácia da caixa negra, na qual temos à nossa disposição os mais variados hardwares que nos permitem aceder aos mesmos conteúdos (ex.: música em MP3, computador, telemóvel), com um impacto no nosso consumo. Isto tem também levado a um impacto na indústria, com uma diversificação das empresas (ex.: estúdios de Hollywood).
Este processo de convergência é dinâmico, uma vez que as tecnologias são interdependentes, e tanto as empresas como o consumo a influenciam. É importante para uma audiência que é cada vez mais activa e menos leal, e que quer estar socialmente conectada, participando, pondo em causa e que resiste mais fortemente às mensagens que lhes são transmitidas.
Como conclusão, vimos na aula como estas características aqui apontadas pelos investigadores, de nova linguagem, remediação e convergência, originam um novo modelo comunicacional para a Era Digital, onde hoje nos encontramos.



Ana Sabino, nº130307145 (Turma 2)

No comments:

Post a Comment