Thursday 10 June 2010

Consumo na era digital - Consumo 2.0

Na aula do passado dia 2 de Junho, uma das apresentações de grupo incidiu em concreto nos padrões de consumo e nas eventuais alterações neles provocadas pelos condicionalismos da era digital, tendo adoptado como exemplo primordial o consumo de música. De modo a contextualizarem o tema abordado, o grupo procedeu ao enaltecimento das principais características da era digital: a interactividade, personalização, a partilha/colaboração de informação, acessibilidade/mobilidade, reprodutibilidade, e a convergência dos meios e conteúdos da comunicação.

Estas principais características foram descritas individualmente, tendo o grupo procedido em simultâneo à interligação dos conceitos sempre que tal se justificava. À medida que iam abordando cada elemento, o grupo procedia igualmente à referência de outros conceitos que, pelos condicionalismos que esse elemento detinha, eram passíveis de serem associados. Tal verificou-se, por exemplo, quando destacaram a teoria e pensamento de Henry Jenkins incidente sobre o fenómeno da convergência, ao enaltecerem o processo social e tecnológico nele inseridos, baseados na combinação, mistura e utilização de diversos conteúdos/meios mediáticos por parte dos indivíduos, no qual destacaram a capacidade de manusear vários instrumentos digitais durante a execução de uma, ou mais, tarefas (multitasking).

Após a explicação de todas as características, a apresentação realçou que estas por sua vez convergiam para o estabelecimento de novos padrões em termos de consumo moderno na era digital. Como tal, e devido a todas as possibilidades que a era da Web 2.0 veio proporcionar, chegou-se a um padrão que foi definido como Proconsumer, onde os indivíduos passaram a deter uma função dual, sendo consumidores e também produtores de conteúdos, no qual se destaca a individualidade inerente a cada consumidor, pois ele vai definir os seus próprios padrões, hábitos e interesses pessoais associados ao acto de consumir, sendo que este tende a ser flexível relativamente a cada indivíduo.

O grupo destacou ainda algo de extrema pertinência em relação ao consumo moderno na era digital: o paradoxo entre a dimensão individual inerente a cada um, e a face da colaboração e partilha de conteúdos. Se, por um lado, os indivíduos partilham entre si informações acerca de produtos ou novos conteúdos, colaborando na formação, por exemplo, de modas ou interesses em comum, é igualmente verdade que, num plano mais subjectivo, o seu próprio consumo é individualizado por gostos e práticas próprias a cada um, sendo que cada pessoa vai então formar um acto individualizado de consumo, ao qual o mercado se vai adaptar e flexibilizar.

Na derradeira parte da sua apresentação, o grupo passou à abordagem do exemplo concreto do consumo de música na era digital, que lhe conferiu novas formas de produção, distribuição e consumo. Para além de todas as facilidades que as inovações tecnológicas trouxeram à produção musical, a sua distribuição tornou-se igualmente muito mais facilitada e abrangente, através de sites como o YouTube ou MySpace, nos quais qualquer artista pode apresentar as suas músicas, que ficam disponíveis, livremente, a qualquer pessoa com acesso à Internet. Estas novas contingências da era digital obrigaram não só à adaptação das produtoras, como também ao estabelecimento de novos tipos de público consumidor, onde foi aqui destacada a denominação idealizada por Don Tapscott - Geração Net, onde o consumo passou a assumir novos contornos (cd, mp3, iTunes, compra de música online, etc..).

Em conclusão, esta apresentação procurou evidenciar as exigências às quais pessoas, produtores e editoras tiveram que se adaptar mediante os novos contornos de consumo na era digital, deixando no ar a questão do futuro do consumo de música na era digital e os efeitos desta na sua indústria.





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