Friday 11 June 2010

Uma nova forma de encarar a Pirâmide...



Neste post vou abordar as teorias de dois autores que me interessam bastante: Gilles Lipovetsky (francês) e Zygmunt Bauman (polaco, referido em aula).
São dois sociólogos que tratam nas suas obras conceitos semelhantes. Conceitos que caracterizam o mundo e a sociedade actual: Modernidade Liquida de Bauman e Hipermodernidade de Lipovestky.

Gilles Lipovestky ao definir o conceito hipermodernidade aborda o passado: já vivemos a modernidade, a pós-modernidade, agora vivemos nesta Hipermodernidade. O sociólogo francês caracteriza o mundo actual pelos movimentos constantes e mudanças a alta velocidade. Uma sociedade tipicamente individualista e de exageros contínuos. Uma hipermodernidade que visa a obtenção de prazer e o hedonismo, mas que se caracteriza pela incerteza do futuro

Zygmunt Bauman na sua obra, - tal como Lipovetsky -, define a sociedade actual como um mundo de incertezas, um mundo em constante mudança e instabilidade. A modernidade líquida é marcada pela fluidez, rapidez, superficialidade, flexibilidade, individualismo e descartabilidade.

Nesta metaforização da sociedade, o líquido opõem-se ao sólido, característica típica dos tempos modernos e pós-modernos, típica do capitalismo autoritário.
No “antigo” mundo sólido reinava o autoritarismo, a firmeza e a disciplina.

Segundo o autor, as características da modernidade líquida urgem novas formas de desenvolver relações interpessoais, novos padrões de consumo e novas maneiras de encararmos o mercado de trabalho. A liquidez do mundo actual é consequência da globalização e da evolução das TIC, nomeadamente das Redes Sociais. Não obstante, a própria utilização das TIC é fundamental para sobrevivermos neste mundo.

No que diz que respeito às relações interpessoais - através da multiplicação de relações proporcionadas pelas Redes Sociais -, por um lado, dá-se um enfraquecimento das relações tradicionais, amorosas (compromissos) e familiares; por outro, reforça-se o fenómeno de contacto perpétuo.

As relações amorosas deixam de ser tão duradouras e tendem a ser mais descartáveis e flexíveis. As pessoas devem ter a capacidade de se adaptarem às constantes mudanças e incertezas típicas dos dias de hoje. Os indivíduos tendem por isso, a disponibilizar menos tempo para as relações amorosas. Actualmente o uso das redes sociais é umas formas de manter e fortalecer relações, multiplicando-as.

De acordo com a obra de Bauman, Vida de Consumo, os indivíduos consomem de modo a adaptarem-se ao mundo líquido. Os indivíduos deixam de ser apenas consumidores e tornam-se também num produto consumível (nomeadamente no mercado laboral), assim se determina a importância do individualismo neste mundo de cariz global e competitivo. O consumismo é igualmente uma forma de satisfação de desejos e de realização pessoal dos consumidores.

Na minha opinião, no que diz respeito à necessidade (extrema) dos indivíduos desta Modernidade Liquida e Hipermordeninade obterem prazer e satisfazerem os seus desejos, assistimos nos dias de hoje a uma possível inversão da pirâmide de Maslow. Tendo como base a percepção de que as necessidades fisiológicas (mais básicas) já estão satisfeitas, procuramos constantemente a realização pessoal, deste modo, o indivíduo (self) visa a satisfação como objectivo primordial.

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