Thursday 3 June 2010


As redes sociais e as potencialidades da Internet na comunicação organizacional

Na sequência das aulas em que abordámos as características das redes sociais e, mais especificamente, a sua função na comunicação organizacional, voltámos, esta semana, a relembrar a sua importância no nosso quotidiano.

Como constatámos na aula do dia 6 de Maio, as redes sociais representam um meio que se encontra em rápida expansão e que são importantes não só na manutenção das relações humanas, mas também, na criação (ou no reforço) de relações profissionais. Apesar de todas as desvantagens que estas possam ter, nomeadamente o “incentivo” ao isolamento e à alienação dos indivíduos da sociedade do “mundo real”, as suas vantagens ditam o seu sucesso e justificam a enorme adesão que estas têm tido.

No que diz respeito à sua utilização numa vertente organizacional, estas constituem-se como uma grande mais valia para as empresas que começam agora a aderir às mesmas numa perspectiva de inovação e de adaptação às novas tendências. Não são já os clientes que têm que procurar exaustivamente as entidades e os seus serviços, mas antes estas que vão de encontro aos locais onde os consumidores já se estão. A vantagem da presença das empresas nas redes sociais prende-se, antes de mais, com a capacidade da transmitir as suas mensagens de um modo mais próximo dos consumidores. Esta foi uma ideia exposta na aula que considerei bastante interessante porque acho que é mesmo a grande mais valia da presença das empresas em redes como o facebook: o facto de estas aderirem às mesmas com a noção de que as suas mensagens nos vão chegar reenviadas pelos nossos amigos, tendo asim mais significado e credibilidade.

Na passada aula (dia 02.06) podémos relembrar, através dos trabalhos de grupo apresentados, as vantagens, não só das redes sociais, mas da “nova era interactiva da internet” protagonizada pela designada Web 2.0. Com esta, os utilizadores tornam-se activos na manutenção deste meio, sendo, ao mesmo tempo, produtos e consumidores. As redes sociais são, talvez, o melhor exemplo da capacidade que a internet tem, enquanto meio, de nos permitir a sua monotorização (e que mais nenhum meio nos permite). Assim, em tom de conclusão, não posso deixar de referir a importância do conceito de remediação, ou de amor líquido (de Bauman) referido no trabalho de grupo sobre as redes sociais no cinema, ou o conceito de prosumer, referido no trabalho sobre a web 2.0 e a internet interactiva.

É interessante e gratificante, podermos, através destas últimas aulas de apresentações de trabalhos de grupo, relembrar conceitos dados ao longo do ano em aulas teóricas e poder perceber a sua aplicação prática em exemplos concretos e inseridos em temas que nos agradam.

Natacha Ribeiro nº 130308111

2 comments:

  1. O sucesso das redes sociais na Internet é sem dúvida impressionante e não passa despercebido. Mas requer a nossa atenção para tudo o que gera com a forma de relacionamento social virtual, que riscos e consequências poderemos correr? E ainda questiono a veracidade das amizades nas redes sociais, será uma forma de valorização e necessidade de atenção e admiração. A “busca” de amizades pode não ser mais que o reflexo da sociedade de consumo nas relações sociais.

    Tirado do artigo de Pedro Afonso, médico psiquiatra, de 15.03.2010 do jornal Público:

    As relações sociais virtuais da Internet são bastante diferentes das relações sociais reais. Alimentam-se fantasias e cada um mostra aquilo que tem de melhor: a beleza, o êxito, as férias fantásticas, os momentos de felicidade, etc. Habitualmente o indivíduo promove-se na rede social como uma pessoa de sucesso, expondo as suas vitórias e ocultando propositadamente os seus fracassos. É nesta imensa revista cor-de-rosa, irreal e fantasiosa, que as pessoas se relacionam umas com as outras, evitando as regras da verdadeira rede social, bem mais complexa e difícil.

    Seja como for, parece não existirem dúvidas de que se criou um certo consumismo social, sem esforço, e acessível a alguns toques no teclado do computador. Porém, as redes sociais da Internet, no sentido em que são redes virtuais e menos complexas, podem surgir como uma forma de resistência à aquisição de uma verdadeira aprendizagem social, promovendo a regressão e a imaturidade. A amizade criada no mundo real demora tempo a consolidar-se e passa por diversas provas que nada têm a ver com as pseudo-amizades do mundo virtual. Por essa razão, nenhum relacionamento através do computador substituiu a experiência da presença humana: a troca de olhares, a expressão facial, os gestos, o tom de voz, etc. As redes sociais favorecem o empobrecimento do relacionamento social - criando-se novas formas de solidão - porque as relações pessoais reais são mais ricas e profundas.

    Este é um sinal [o aumento da actividade nas redes sociais] preocupante de desumanização da nossa sociedade uma vez que esta emigração maciça para o mundo virtual pode revelar-se como um início de psicose colectiva: como esta realidade não é conveniente, as pessoas refugiam-se noutra imaginária.

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  2. A Comunicação Organizacional Digital – a Era da Colaboração

    O digital na nossa sociedade é já uma verdade mais do que consumada. Se existe, existe na Internet. Qualquer empresa precisa de criar a sua identidade online e, como tal, necessita, depois, de estabelecer os seus laços nesta. Como pudemos verificar em aulas anteriores e como refere a minha colega neste post, são cada vez mais as empresas que utilizam as redes sociais para uma melhor comunicação organizacional. Por este motivo, debruçar-me-ei sobre a Comunicação Organizacional Digital baseando-me nas ideias de Don Tapscott, professor da Universidade de Toronto e autor do livro Grown Up Digital.
    Tapscott alerta-nos para o aparecimento dos net geners no mercado de trabalho. Estes são a geração emergente que nasceu e cresceu já na envolvência dos média digitais e que se caracteriza por um maior à vontade com estas novas tecnologias. A Internet é o seu meio.
    O professor canadiano afirma que estes chegam às empresas ávidos por utilizar os conhecimentos que têm dos novos média a fim de colaborarem e contribuírem para as organizações onde trabalham. Começa-se a sentir um choque geracional dentro do local de trabalho entre as empresas - onde predominava ainda o conceito de uma Internet pouco interactiva - e estes jovens que trazem consigo uma vasta experiência na Web 2.0., fazendo emergir, assim, as redes sociais no meio profissional. Porém, o choque não se atribuiu apenas à grande disparidade tecnológica. A forte e sólida hierarquia que reinava nas empresas foi invadida por uma geração baseada em relações mais flexíveis e mais fluidas (Bauman).
    Tamara Erickson, especialista em comunicação organizacional, lembra que esta Net Generation não se regula por hierarquias ou por status, mas sim por projectos onde o desafio é grande e que exigem um trabalho em equipa - net geners like to get things done through collaboration.
    Isto reflecte uma alteração na sociedade. Começamos a abandonar a ideia de um individualismo como consequência dos novos média, (acima defendido pela minha colega), passando a observar a emergência de uma efectiva interacção social, por meio das redes sociais. A educação digital demonstra, então, uma maior colaboração entre os vários indivíduos.
    Quero acreditar que a interactividade proporcionada pelos novos média pode, sim, contribuir para uma nova era: a Era da Colaboração. Uma colaboração não só entre funcionários de uma mesma empresa, entre funcionários e clientes, mas também entre indivíduos da actual Sociedade em Rede.

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