Wednesday 3 March 2010

Aula 5 (24-02-2010) Sociedade Móvel

Segundo Manuel Castells, o telemóvel é também uma TIC, com um taxa de penetração muito superior (>75%) à Internet.
O telemóvel contribui para a formatação da sociedade em rede, na medida em que, reforça/cria redes de relação. Quantas vezes não nos aconteceu deixarmos de falar com um conhecido (a) nosso e de repente, lembrarmo-nos e enviarmos um sms e meter-se a convesa em dia?
Inicialmente,começu por ser uma tecnologia ligada a uma elite de profissionais no entanto, hoje em dia, é uma tecnologia generalizada devido aos preços baixos e aos cartões pré-pagos, tendo uma taxa de utilização de 67%.
Um ponto também muito explorado por Castells, diz respeito às 3 sociedades em rede mais desenvolvidas, EUA, Ásia-Pacífico e Europa.
Nos EUA o uso desta TIC continua pouco frequente mas, verifica-se uma elevada adesão às redes Wi-Fi.
Na Ásia-Pacífico, as taxas de penetração estão a abrandar e, usa-se o telemóvel para aceder à internet e para utilização de emails.
Na Europa, a realidade é outra... a utilização do telemóvel apresenta maior valor (118 por cada 100 habitantes), sendo o Sul da Europa a "cabeça" deste movimento, com Portugal em 4ºlugar. Em Portugal existem 15,5 milhões de assinantes em crescimentos, tendo como serviço mais usual as chamadas.
Nunca esquecer que existem factores para a diferenciação desta penetração, quer sejam económicos, geográficos, industriais, políticos ou sócio-culturais.

Raquel Ribeiro Antunes nº130307014 T1

1 comment:

  1. Hoje em dia, nos grandes centros urbanos e não só, a vida sem o telemóvel é quase inimaginável. E porquê? Bem, porque ao ser um «media fresco»(1) exige uma participação dos nossos sentidos e uma interacção dos utilizadores, o que estimula a generalização do dispositivo. De notar que, «a necessidade de comunicar inerente ao ser humano»(2) é, de igual modo, um factor relevante para a importância do telemóvel no mundo tecnológico de hoje.
    O Portugal de antes (período anterior a 1991) vivia relativamente bem sem o telemóvel. No entanto, passados 19 anos o panorama da Sociedade Móvel em Portugal transformou-se drasticamente. De facto, nos dias que correm, e segundo um estudo revelado pela ANACOM, a taxa de penetração do telemóvel no país ultrapassa já os 100%. É certo que, dentro desse valor excessivo, apenas 74,4% (3)afirmam ter pelo menos um telemóvel. A diferença entre a penetração e o número real de utilizadores de telemóvel prende-se, por exemplo, com a existência de utilizadores com mais de um cartão activo.
    Na minha opinião esta alta penetração do telemóvel em Portugal, que se revela uma das mais altas da União Europeia, pode ser justificada também pelos tarifários especiais que as diferentes operadoras oferecem, tais como o Extreme, o Moche e o TAG, em que se paga uma mensalidade de aproximadamente 10 euros para se ter comunicações de todo o tipo durante um mês, sem custo adicionais. Além disso, creio que o factor sociocultural é, igualmente, vital para este enraizamento do telemóvel, visto que a cultura portuguesa prima pela comunicação, tanto entre familiares como entre amigos. Não quer isto dizer que o telemóvel não seja também utilizado por motivos profissionais. Todavia, a verdade é que, 69,1% dos inquiridos do estudo A Sociedade em Rede em Portugal 2006 afirmaram utilizar o dispositivo «para falar com familiares, 25,2% com os amigos e apenas 4,7% com colegas de trabalho/clientes/fornecedores, sobre assuntos profissionais.»(4).
    Ao abordar a Sociedade Móvel e a sua relevância como mediador das relações sociais surge um dilema, na medida em que se «por um lado, o telemóvel cria e reforça capital social»(5) através do acréscimo da assiduidade das interacções, tanto por chamadas de voz como por mensagens escritas, por outro diminui o capital social ao impedir que os utilizadores se encontrem cara a cara. Quantas vezes não mandamos uma SMS a um amigo que se encontra no mesmo bar da faculdade mas na mesa atrás daquela em que nos encontramos?
    Talvez o telemóvel amplie a preguiça humana, talvez o telemóvel coíba o contacto pessoal. Uma coisa é certa, o telemóvel permite conversar e desconversar; mas cabe a cada um fazer o que entender dele.

    NOTAS
    (1) FEDERMAN, M., McLuhan for Managers: New tools for new thinking,
    Toronto: Viking Canada, 2003
    (2) DIAS, Patrícia, «O Impacto do telemóvel na Sociedade Contemporânea», Comunicação e Cultura, nº3, Lisboa, Quimera, 2007, p.41
    (3) CARDOSO, Gustavo et. al, Inquérito: A Sociedade em Rede em Portugal 2006, Lisboa: CIES-ISCET, 2006
    (4) CARDOSO, Gustavo et. al , «Portugal Móvel» Comunicação e Cultura, nº3, Lisboa, Quimera, 2007, p.28
    (5) DIAS, Patrícia, «O Impacto do telemóvel na Sociedade Contemporânea», Comunicação e Cultura, nº3, Lisboa, Quimera, 2007, p.81

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