Monday 1 March 2010

Aula 5 (24.2.2010) - Uma Sociedade em Rede, Móvel – Turma 2

Uma Sociedade em Rede requer uma taxa de penetração das TIC acima de 50%, assim sabendo que 67% da população utiliza o telemóvel, podemos concluir que vivemos numa Sociedade em Rede.
O telemóvel tem evoluído muito, actualmente é um aparelho versátil que está a substituir os telefones fixos, devido aos seus baixos preços e aos cartões pré-pagos. A taxa de penetração do telemóvel varia consoante o desenvolvimento de um país.
Nos EUA a inexistência de um sistema padrão torna as comunicações caras entre operadoras o que levou a uma adopção tardia. Na Ásia - Pacífico a taxa de penetração está a abrandar, é utilizado para aceder à internet e envio intensivo de e-mails. Na Europa a adopção de um sistema padrão, o GSM, permitiu a generalização do telemóvel. Portugal tem uma taxa de penetração de 146,2%, as chamadas é o serviço mais utilizado.
A nível mais particular, segundo Castells, o uso e a difusão do telemóvel varia consoante a idade, o género, a classe social, etnia, raça e cultura. Isto significa que a diferenciação social da tecnologia reproduz a diferenciação social da sociedade. Quanto à penetração os factores que determinam a sua diferenciação são económicos, geográficos, industriais, políticos, sócio-culturais.
O telemóvel veio revolucionar o quotidiano das sociedades, tanto a nível das práticas sociais; das quotidianas, maior controlo das acções; de sociabilidade, estamos sempre ligados; segurança, a presença do telemóvel é sinónimo de segurança; identidade e expressão, cada telemóvel está personalizado de acordo com o perfil do seu portador, e por fim os novos perigos fruto do uso do telemóvel.
Nasce assim uma sociedade móvel, apresenta-se com grande poder de comunicação e criação de redes sociais, nenhuma igual. Sobre este tipo de sociedade Castells afirma que o tipo de comunicação realizada difere de acordo com a cultura de cada sociedade. Sendo que as pessoas é que transformam as comunicações, ideia que vai contra a de McLuhan que nos diz que as tecnologias é que nos moldam. Qual será a ideia mais correcta?


Filipa Serralha, 130308048

1 comment:

  1. Hoje em dia, nos grandes centros urbanos e não só, a vida sem o telemóvel é quase inimaginável. E porquê? Bem, porque ao ser um «media fresco»(1) exige uma participação dos nossos sentidos e uma interacção dos utilizadores, o que estimula a generalização do dispositivo. De notar que, «a necessidade de comunicar inerente ao ser humano»(2) é, de igual modo, um factor relevante para a importância do telemóvel no mundo tecnológico de hoje.
    O Portugal de antes (período anterior a 1991) vivia relativamente bem sem o telemóvel. No entanto, passados 19 anos o panorama da Sociedade Móvel em Portugal transformou-se drasticamente. De facto, nos dias que correm, e segundo um estudo revelado pela ANACOM, a taxa de penetração do telemóvel no país ultrapassa já os 100%. É certo que, dentro desse valor excessivo, apenas 74,4% (3)afirmam ter pelo menos um telemóvel. A diferença entre a penetração e o número real de utilizadores de telemóvel prende-se, por exemplo, com a existência de utilizadores com mais de um cartão activo.
    Na minha opinião esta alta penetração do telemóvel em Portugal, que se revela uma das mais altas da União Europeia, pode ser justificada também pelos tarifários especiais que as diferentes operadoras oferecem, tais como o Extreme, o Moche e o TAG, em que se paga uma mensalidade de aproximadamente 10 euros para se ter comunicações de todo o tipo durante um mês, sem custo adicionais. Além disso, creio que o factor sociocultural é, igualmente, vital para este enraizamento do telemóvel, visto que a cultura portuguesa prima pela comunicação, tanto entre familiares como entre amigos. Não quer isto dizer que o telemóvel não seja também utilizado por motivos profissionais. Todavia, a verdade é que, 69,1% dos inquiridos do estudo A Sociedade em Rede em Portugal 2006 afirmaram utilizar o dispositivo «para falar com familiares, 25,2% com os amigos e apenas 4,7% com colegas de trabalho/clientes/fornecedores, sobre assuntos profissionais.»(4).
    Ao abordar a Sociedade Móvel e a sua relevância como mediador das relações sociais surge um dilema, na medida em que se «por um lado, o telemóvel cria e reforça capital social»(5) através do acréscimo da assiduidade das interacções, tanto por chamadas de voz como por mensagens escritas, por outro diminui o capital social ao impedir que os utilizadores se encontrem cara a cara. Quantas vezes não mandamos uma SMS a um amigo que se encontra no mesmo bar da faculdade mas na mesa atrás daquela em que nos encontramos?
    Talvez o telemóvel amplie a preguiça humana, talvez o telemóvel coíba o contacto pessoal. Uma coisa é certa, o telemóvel permite conversar e desconversar; mas cabe a cada um fazer o que entender dele.

    NOTAS
    (1) FEDERMAN, M., McLuhan for Managers: New tools for new thinking,
    Toronto: Viking Canada, 2003
    (2) DIAS, Patrícia, «O Impacto do telemóvel na Sociedade Contemporânea», Comunicação e Cultura, nº3, Lisboa, Quimera, 2007, p.41
    (3) CARDOSO, Gustavo et. al, Inquérito: A Sociedade em Rede em Portugal 2006, Lisboa: CIES-ISCET, 2006
    (4) CARDOSO, Gustavo et. al , «Portugal Móvel» Comunicação e Cultura, nº3, Lisboa, Quimera, 2007, p.28
    (5) DIAS, Patrícia, «O Impacto do telemóvel na Sociedade Contemporânea», Comunicação e Cultura, nº3, Lisboa, Quimera, 2007, p.81

    ReplyDelete