Sunday 25 April 2010

Extremely Loud and Incredibly Close - A Literatura como forma de mediação


Olá a todos! Desculpem este post tão tardio, mas houve uns problemas com o convite para participar no blog.

O cliclo de conferências The Arts of Mediation teve lugar na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica, em Lisboa, nos dias 17, 18 e 19 de Março. O objectivo da mesma seria apresentar várias formas de comunicação, em que o recente conceito de remediação é aplicado.

Assim, o livro Extremely Loud and Incredibly Close, do escritor americano Safran Foer, foi apresentado por Diana Gonçalves, que pertence ao Centro de Estudos de Comunicação e Cultura. A obra de Foer, que tanta polémica suscitou nos E.U.A., é um romance sobre trauma, perda e sofrimento, tendo por base o acontecimento trágico do atentado às Twin Towers a 11 de Setembro de 2001.

Segundo Diana Gonçalves, trata-se de um livro que tem "a arte de fazer remediação", uma vez que explora a literatura ao máximo, aliando-a à fotografia. Incorpora elementos textuais não apenas narrativos, como também visuais, o que vem trazer um valor acrescido a esta forma de comunicação, que é a literatura.

Foer utiliza todos os elementos que considera relevantes, criando assim um novo modo de construir um texto literário. Desta forma, com o propósito de enriquecer a história, o autor apresenta aos leitores vários narradores; integra páginas em branco e outras totalmente em preto, um símbolo da incapacidade de expressão; e mostra fotografias, reordenando-as. São todos estes aspectos de complementariedade, entre o escrito e o visual, que vêm ajudar o leitor a ter uma maior percepção deste terrível acontecimento e, consequentemente, a fazer as suas próprias interpretações do mesmo.

A polémica imagem de um homem a cair de uma das torres do World Trade Center toma uma grande importância no livro. A personagem principal, Oscar, que apenas sabe que o pai morreu no atentado, mas não sabe de que forma, agarra-se àquela mesma imagem imaginando ser o seu pai. No final da narrativa, o rapaz tenta regressar ao mundo como ele era antes do 9/11, a uma realidade anterior a esse acontecimento traumático. Para passar por esse processo, ele decide fazer uma reconstrução do falling man ao contrário, como se o homem estivesse a subir e não a cair da torre.

Não nos resta qualquer dúvida de que esta unidade criada pelo escrito e pelo visual é surpreendente, tendo em conta que Foer tem a habilidade de tornar a actividade de ler numa de ver.

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