Saturday 3 April 2010

Nelson Ribeiro - Journalism and the Challenges of Mediation

Ainda que muito desiludido com a generalidade das conferências a que assisti encontrei algum alento, curiosamente, na última do dia 18 de Março. Depois de já ter assistido a quatro conferências em que vi docentes a ler textos intermináveis, que dificultava o trabalho de quem tentava seguir as ideias que ali estavam a ser partilhadas e outros que pensavam que o tema era “The Arts of Meditation” pensei para mim que pior muito dificilmente poderia ser. Como me recuso a escrever ou dar opinião sobre aquilo que não percebi decidi que o meu relatório iria incidir na conferência “Journalism and the Challenges of Mediation” mas somente a parte do Prof. Nelson Ribeiro, que de todas as conferências a que assisti foi a única que conseguiu passar a sua mensagem para o público.

O tema – Radio and the Mediation of News in Portugal during World War II –, à partida até nem era o mais interessante mas a boa capacidade de comunicar do docente fez a diferença. O mesmo, começou por explicar como foi o início da rádio em Portugal e que esta teve uma grande aceitação muito devido ao povo português da altura ser maioritariamente analfabeto. Como a maioria das pessoas não tinha capacidade de se inteirar das notícias através da imprensa, o rádio teve uma importância incalculável nas vidas desta gente, pois não só recebiam as notícias no momento como agora todas as pessoas podiam estar informadas.

Assim continuou até à segunda grande guerra em que o rádio era já o principal meio dos media. Contudo, Salazar também se apercebeu do poder da rádio e com receio das populações saberem demasiado restringiu as notícias à Rádio Comercial Portugal e usou-a para propagandear o mal do comunismo.

Enquanto isto, nasce a BBC portuguesa em Londres construída por portugueses que percebiam a importância de informar, de forma imparcial a guerra que ecoava no mundo. A BBC era sintonizada em segredo nas casas portuguesas e cedo se tornou o canal de noticioso mais credível para os portugueses até mais que as redes locais. Esta situação é explicada, em parte, por razões históricas, pois Inglaterra sempre foi vista como um país superior e apologista da liberdade logo a sua credibilidade foi ganha rapidamente.

Já no final da sua apresentação, o professor, lembrou que embora a propaganda nazi tenha feito tudo para dissipar esta influência inglesa nos media a percepção da guerra que os portugueses tinham era aquela que a BBC transmitia. Isto consistia num perigo para o Estado Novo pois a BBC publicitava a ideia de que os maus eram os nazis e os bons os aliados.

Pessoalmente e em modo de conclusão, isto revela que por mais propaganda que seja feita o homem vai sempre procurar a verdade pois ela – como escreveu Swami Purna – irá libertar-nos.

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